AS CONSTITUIÇÕES DE ROBERTS
- Maçonaria com Excelência
- 3 de abr.
- 28 min de leitura
Por Luiz V. Cichoski
AS CONSTITUIÇÕES DE ROBERTS

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I. INTRODUÇÃO
Acompanhando uma live – talvez a mais comuns das formas de atualização ao nosso alcance – recebi a informação da existência das Constituições de Roberts; a conscientização da mesma provocou um incômodo mental; a primeira atitude foi revisar o tema das Old Charges e não encontrei dados complementares esclarecedores.
Revisei estudo anterior[1] e, mais ainda, busquei nas referências o quadro geral[2] das Old Charges que também não fazia menção das referidas Constituições de Roberts.
Busquei dados junto aos autores dos comentários na citada live – obrigado ao irmão Izautonio Machado – que disponibilizou o caminho virtual ao material. [3],[4]
Aprofundando a busca foi possível encontrar outras citações que complementaram esta resenha. [5],[6]
A obra consta de 14 páginas que pode ser dividida em:
1. Prefácio
2. A História de Franco-Maçonaria e cia.
3. À Título de Exortação
4. Dados Relativos aos Aprendizes
5. Ordens e Constituições Adicionais – 8 de dezembro 1663.
Nossa reflexão baseou-se na comparação do texto da Old Charge desconhecida – Constituições de Roberts/1722 – com estudos anteriores: o Poema Régio/1390, o Manuscrito de Cooke/1410, o Manuscrito Grand Lodge Nº1/1583 e as Constituições de Anderson/1723.
Trazendo como datação, 1722, o irmão J. Roberts, pode ter tido oportunidade de revisar diferentes edições das Old Charges; podemos constatar a presença de conteúdo dos primeiros manuscritos, assim como, de obras do século XVIII.
II. CAPA
As Antigas Constituições
Pertencendo à
Antiga e Honorável
S O C I E D A D E
DE MAÇONS
Livres e Aceitos.
Retirado de um manuscrito escrito há mais de quinhentos anos.[7]
LONDON:
Printed, and Sold by J. Roberts, in Warwick-Lane, MDCCXXII.
III. PREFÁCIO
Se alguma coisa pudesse ter escapado às censuras desta época litigiosa; se o conjunto de homens mais inocentes e inofensivos do mundo pudesse estar livre do lúbrico e do sarcasmo, alguém teria pensado que a Antiga e Nobre Sociedade dos Maçons Livres deveria ter sido de Homens. O que eles não têm para recomendá-los ao mundo e ganhar o favor e a proteção de homens sábios e honestos?
Como a sua Arte é a mais Antiga, a sua Profissão é a mais Honrosa. A necessidade que o mundo tinha desde o início da profissão de maçom prova sua utilidade; pois acredito que não haverá dúvida de que os homens tiveram casas antes de terem vestes, assim como tiveram altares antes de terem templos. Caim construiu uma cidade, e Abel, sem dúvida, construiu um altar, quando ofereceu seu sacrifício ao Senhor.
Tão úteis e tão antigos, não se pode admirar que o mundo os tenha honrado com todos os sinais de respeito de que naqueles dias eles eram capazes, e talvez mais do que temos ainda em relatos.
Estas Honras, e este Respeito, não se pode duvidar, trouxeram Homens de Valor para o meio deles, que não consideraram desabonador usar o Distintivo da Sociedade, mas o reconheceram como favorecedores de sua Grandeza, visto serem Amantes da Arte.
Sob a proteção de tais pessoas de honra e interesse, não devem ser expressos quais portentosos e gloriosos edifícios eles ergueram, desde o Templo de Salomão[8] até a magnífica Basílica de São Pedro[9] em Roma.
Como esta Sociedade foi preservada; Com que regularidade eles agiram; em quais Leis saudáveis eles foram fundados, e quão cuidadosamente eles observaram e respeitaram essas Leis, como o cimento justo da Sociedade, isso pode ser visto parcialmente neste Tratado, e ele falará por si.
Nada o seu valor é diminuído seja pela poeira ou pelos escândalos levantados por quaisquer homens contra eles, ou pela liberdade que eles tomaram para galantear e reuni-los. A Sujeira atirada contra eles volta para aqueles que a lançaram, e a Honra da Sociedade dos Maçons Livres permanece intacta. De modo que nenhuma das Pessoas de Honra que ultimamente engalaram a Sociedade com sua Presença, viu qualquer Razão para se envergonhar delas, ou para retirar-lhes sua Proteção.
Muito mais poderia ser dito em sua honra, mas estas peças de antiguidade são suficientes e dará a cada leitor um relato autêntico deles. Ela ainda viu o mundo, mas em fragmentos, mas agora está reunido como algo de muito significado para passar pela nossa observação, e que efetivamente justificará a Antiga Sociedade dos Maçons Livres de tudo o que foi ou pode ser dito contra eles.
Este Prefácio enaltece a história e os feitos dos maçons ao longo do período operativo e transicional para o especulativismo que estava em curso com Anderson e Desaguliers.
IV. A HISTÓRIA DOS MAÇONS LIVRES, ETC.
a) Oração
Ó Pai do Céu Todo-Poderoso, com a Sabedoria do Glorioso Filho, através da Bondade do Espírito Santo, Três Pessoas em uma Divindade, esteja com nosso Princípio, e dê-nos sua Graça para governar nossas Vidas, para que possamos chegar a sua felicidade, que nunca terá fim. Amém.[10]
Observar que a estrutura deste documento mantém a formatação inglesa: oração inicial, lenda do ofício e as regras e deveres dos filiados.
b) Lenda do Ofício
Bons Irmãos e Companheiros, nosso propósito é dizer-lhes como e de que maneira o Ofício da Maçonaria foi iniciado, e depois como foi fundado por Reis e Príncipes dignos, e outros Homens Sábios, sem prejudicar ninguém, também declararemos como verdade, que pertence a todo Maçom Livre manter firme a boa fé, e se você prestar atenção a isso, é digno de ser mantido, tudo que está contido nas Sete Ciências Liberais como segue:
Anderson, faz menção às ciências liberais no primeiro parágrafo, citando e exaltando apenas a Geometria[11]; em suas palavras, Adão teria recebido as ciências liberais, em especial a Geometria, em seu coração. Como curiosidade observar que Anderson comenta as ‘ciências mecânicas’.
I. É a gramática que ensina um homem a falar verdadeiramente e a escrever verdadeiramente.
II. É a Retórica que ensina um Homem a falar de maneira justa e em termos sutis.
III. É a Lógica que ensina um Homem a discernir a Verdade da Falsidade.
IV. É a Aritmética que ensina um homem a calcular e a calcular todos os tipos de números.
V. É a Geometria que ensina Mett (métrica) a Medir de Qualquer Coisa, e na sequência vem a Maçonaria.
VI. É a música que ensina canto e voz.
VII. É a Astronomia que ensina a conhecer o Curso do Sol, da Lua e de outros Ornamentos do Céu.
NOTA [Louvor e prevalência da GEOMETRIA] Observe, peço-lhe, que estas Sete (Ciências) estão contidas na Geometria, pois ela ensina a Medida, Ponderação e Peso de cada Coisa sobre toda a Terra para o seu saber; pois todo artesão trabalha por medidas; Quem compra ou vende é por Peso ou Medida; Lavradores, Navegadores, Fazendeiros e todos eles usam a Geometria; pois nem a Gramática, nem a Retórica, nem a Lógica, nem qualquer outra das referidas Ciências podem subsistir sem a Geometria, portanto, a mais digna e honrada(das Ciências Liberais).
Você me pergunta como esta Ciência foi inventada[12]; minha resposta é esta: que antes do Dilúvio Geral, que é comumente chamado de Dilúvio de Noé, havia um Homem chamado Lameque, como você pode ler no Quarto Capítulo do Gênesis, que tinha duas esposas, uma chamada Ada e a outra; com Ada ele gerou dois filhos, Jabal e Jubal; com Zilla ele teve um filho chamado Tubal e uma filha chamada Naamah. Estas quatro Crianças encontraram o início de todos os Artesanatos do Mundo: Jabal descobriu a Geometria (aqui uma lenda) e dividiu Rebanhos de Ovelhas e Terras; ele primeiro construiu uma Casa de Pedra e Madeira (Lenda, eram tendas)[13]. Jubal[14] descobriu a Música; Tubal (+Caim)[15] descobriu o comércio (lenda) e o artesanato do ferreiro, também do ouro, prata, cobre, ferro e aço; Naamah descobriu a Arte da Tecelagem (lenda)[16].
Anderson não menciona Lamec e sua descendência; mas estes personagens estão presentes no Poema Régio/1390, no Manuscrito de Cooke/1410 e no Grand Lodge Nº1/1583.
E essas crianças sabiam que DEUS tomaria vingança contra os pecados, seja pelo fogo ou pela água, por isso escreveram as Ciências, que haviam desenvolvido, em dois pilares de pedra[17], que poderiam ser encontrados depois que DEUS tivesse tomado a vingança; um era Mármore, que não queimava, o outro era Latress[18]1(tijolos), que não se afogava(afundava) em Água(boiaria); para que(pelo menos um) fosse preservado, e não consumido, se DEUS quisesse que algum povo vivesse sobre a Terra. Resta agora contar-lhes como foram encontradas essas Pedras, nas quais as referidas Ciências foram escritas, após o mencionado Dilúvio:
Anderson não menciona as colunas de Mármore ou de Tijolos, assim como não está presente no versejado Poema Régio/1390; relata que os descendentes de Noé transmitiram o conhecimento pré-diluviano aos seus descendentes e com este conhecimento construíram cidades, exemplificando como Nimrod e a construção de Nínive e da Torre de Babel. O Manuscrito de Cooke/1410 e o Grand Lodge Nº 1/1583, fazem menção às colunas do saber, originalmente presente em Flávio Josefo[19].
Agradou tanto ao Deus Todo-Poderoso, que o Grande Hermarmes[20],[21], cujo Filho era Lunie, que era o Filho de Shem, que era o Filho de Noé. O referido Hermarmes[22] foi posteriormente chamado de Hermes, o Pai de Lunie, ele (Hermes) encontrou um dos dois Pilares de Pedra. Ele (Hermes) encontrou essas Ciências escritas ali e as ensinou a outros Homens. E na Torre da Babilônia, a Maçonaria foi muito desenvolvida(outra menção lendária); pois o rei da Babilônia, que era Nemorth[23], (é outro ponto lendário, a existência de Maçonaria neste tempo); e quando a cidade de Nínive e outras cidades do Oriente deveriam ser construídas, Nemorth enviou para lá sessenta maçons, a pedido do rei de Nínive; e quando eles partiram, ele (Nemorth) lhes deu um encargo desta maneira, de que eles deveriam ser fiéis um ao outro, e amar um ao outro(ver abaixo as regras de Euclides), para que ele pudesse ser adorado por eles ao enviá-los a seu Cozen, o Rei. Ele também lhes deu responsabilidades relativas à sua ciência; e então foi a primeira vez que um maçom foi encarregado de seu trabalho. Também Abraão e Sara (estes personagens bíblicos aparecem 500 anos após os eventos de Noé e o Dilúvio), sua esposa, foram ao Egito e ensinaram aos egípcios as Sete Ciências Liberais (observar que as Pirâmides foram construídas entre 3200 e 2300 a.C., isto é, bem antes do tempo de Abrão); e ele tinha um estudioso engenhoso chamado Euclydes (teria vivido no século III a.C., portanto, 1500 a 1700 anos após Abrão e Sara), que aprendeu perfeitamente as ditas Ciências Liberais.
Aconteceu em seus dias que os Senhores e Estados do Reino tiveram tantos Filhos gerados ilegalmente pelas esposas de outros homens, que a Terra estava sobrecarregada com eles, tendo poucos meios para mantê-los; o Rei compreendendo isso, fez com que um Parlamento fosse convocado ou convocado para Reparação, mas sendo incontáveis, nenhum Bem poderia ser feito para eles, ele(o Rei) Proclamou através do Reino, que se algum Homem pudesse inventar qualquer Curso/atividade para mantê-los, para informar ao rei, que seria bem recompensado;
No Poema Régio/1390 lemos: “, A história de grandes senhores e belas damas, Que tinham um grande número de filhos muito sensatos, Mas nenhum dinheiro para criá-los” No Manuscrito de Cook/1410: “E os senhores do país, reuniram-se e fizeram um Conselho para encontrar uma maneira de ajudar seus filhos que não tinham meios de subsistência, de forma competente e capaz, para si e seus filhos, visto que tinham tantos.” No Grand Lodge Nº 11583: “Em seu tempo, ocorreu que os Senhores e os Estados do reino engendraram muitos filhos, com suas esposas ou com outras mulheres do reino, pois este país era quente e fértil na reprodução ... Foi quando o Rei do país organizou um Grande Conselho e um Parlamento para procurar uma maneira para seus filhos ganharem a vida de forma honrosa, como gentil-homens, não encontrando nenhum”. Menção a Euclides é encontrada no Ms. Cooke/1410 e no Grande Lodge Nº 1/1583.
Então Euclydes veio ao Rei e disse assim: Meu nobre Soberano, se eu puder ter a Ordem de Governo daqueles Filhos do Senhor, ensinar-lhes-ei as Sete Ciências Liberais, pelas quais eles podem viver honestamente como Cavalheiros, desde que você me conceda os poderes sobre eles em virtude de seu domínio; o que foi imediatamente efetuado, e ali Euclides deu-lhes as seguintes orientações:
I. Para serem fiéis ao seu rei.
II. Para serem fiéis ao Mestre a quem servem.
III. Para serem verdadeiros e amarem-se uns aos outros.
IV. Para não tratar mal um ao outro, etc.
V. Fazer seu trabalho tão devidamente, para que possam merecer seu salário das mãos de seu Mestre.
VI. Ordenar o mais sábio deles Mestre do resto da Obra.
VII. Ter salários tão razoáveis, que o trabalhador possa viver honestamente e com crédito.
VIII. Reunirem-se cada Ano, para formar Conselho do seu Ofício e decidir como eles devem trabalhar melhor para servir seu Senhor e Mestre, para seu Lucro e seu próprio Crédito, e para corrigir aqueles que os ofenderam.
NOTA (ORIGINAL): Observe que a Maçonaria era até então chamada de Geometria, e desde então os Filhos de Israel vieram para a Terra de Bethest, que agora é chamada de Emens, no país de Jerusalém, onde começaram um Templo, que agora é chamado de Templo de Jerusalém. E o rei Davi amava muito os maçons e os estimava, pois lhes deu um bom pagamento e lhes deu um encargo (comentário lendário, não havia maçonaria por volta de 1000 a.C.; os construtores do Templo – Jerusalém ou Salomão – foram escravos[24]), como Euclydes (cronologia inconsistente, Euclides século III a.C.) havia dado a eles antes no Egito, e ainda mais, como se desenvolveu; e após o falecimento do Rei Davi, Salomão, seu Filho, terminou o Templo que seu Pai havia começado (biblicamente, Davi foi impedido de construir o Templo[25],[26]); ele enviou Maçons de várias Nações, até o Número Quatro e Vinte Mil, dos quais o Número Quatro Mil foi eleito e criado Mestres e Governadores da Obra(os números bíblicos são diferentes[27]). E havia um Rei de outra Região ou País, chamado Hiram, que amava muito o Rei Salomão, e lhe deu Madeira para a Obra; e ele teve um filho chamado Amon (maçonicamente Hiram Abiff e/ou Adoniran), e ele era Mestre de Geometria, e ele foi Mestre Chefe de todos os seus Maçons de Trabalho de Escultura, e de todos os outros Trabalhos de Maçonaria que pertenciam ao Templo, como aparece na Bíblia em Lib. Tampa Regum. 4. E o rei Salomão confirmou todas as coisas relativas aos maçons que Davi, seu pai, havia encarregado; e então os maçons viajaram por vários países, alguns para aumentar seu conhecimento na referida arte e para instruir outros.
E aconteceu que um curioso maçom chamado Memongrecus, que esteve na construção do Templo de Salomão, veio à França e ensinou a Ciência da Maçonaria aos franceses; e havia um rei da França chamado Carolus Martel(cronologia mítica[28]), que amava muito a Maçonaria, que enviou o referido Memongrecus, e aprendeu com ele as referidas Ciências, e tornou-se membro da Fraternidade; e então começou grandes Obras, e generosamente pagou aos seus Trabalhadores: Ele confirmou-lhes uma grande Carta, e esteve anualmente presente na Assembleia, o que foi uma grande Honra e Encorajamento para eles; e assim veio a Ciência para a França.
Este conteúdo lendário está presente no Manuscrito de Cooke/1410.
A existência e saber da Maçonaria era desconhecido na Inglaterra até a chegada de Santo Albano[29], que instruiu o Rei na referida Ciência da Maçonaria, e também na Divindade, pois era pagão: Ele murou a cidade agora chamada de Santo Albano; ele ganhou grande popularidade com o rei, de modo que foi nomeado cavaleiro e, mais ainda, administrador-chefe do rei, e o reino foi governado por ele sob o referido rei. Ele estimava e amava muito os maçons, e realmente pagava-lhes seu salário semanal, que era de 3 s. 6 d. por semana (“concedendo-lhe dois shillings e seis pence para os alegrar”[30]). Ele também comprou para eles uma Carta do Rei para realizar uma Assembleia Geral e um Conselho Anual. Ele criou muitos maçons e deu-lhes o encargo que será declarado a seguir.
Aconteceu logo após o Martírio de Santo Albano, que é verdadeiramente denominado Proto-Mártir da Inglaterra, que um certo Rei invadiu a Terra e destruiu a maioria dos nativos com Fogo e Espada, que a Ciência da Maçonaria estava muito decaído, até o reinado do rei Athelston[31], que alguns escreveram para Adleston, que trouxe paz e descanso à terra, dos insultos dinamarqueses. Começou a construir muitas Abadias, Mosteiros e outras Casas Religiosas, bem como Castelos e várias Fortalezas para Defesa do seu reino. Ele amava os maçons mais do que seu pai; ele estudou muito geometria e enviou especialistas na ciência para muitas Terras para Homens. Ele lhes deu uma Carta muito ampla, para realizar uma Assembleia Anual, e Poder para corrigir os Ofensores da referida Ciência; e o próprio Rei organizou uma Assembleia Geral de todos os Maçons em seu Reino, em York, e lá fez muitos Maçons, e deu-lhes um importante encargo, o de observar todos os artigos pertencentes à Maçonaria, e entregou-lhes a referida Carta para sua guarda: e quando esta Assembleia foi reunida, ele fez com que um acordo fosse feito, para que se algum deles tivesse algum Escrito relacionado à Maçonaria, ou pudesse informar o Rei de qualquer Coisa ou Assunto que estivesse faltando na referida Obrigação já entregue, que eles ou ele deveriam mostrá-los ao rei ou recitá-los para ele; e havia alguns em francês, alguns em grego, e alguns em inglês, e outras línguas, após o que o rei fez com que um livro fosse feito, que declarava como a ciência foi inventada pela primeira vez, e a utilidade dela, livro que ele ordenou que fosse lido e declarado claramente quando qualquer homem fosse feito maçom para que pudesse compreender completamente quais artigos, regras e ordens ele era obrigado a observar; e desde então até hoje(1722) a Maçonaria tem sido muito respeitada e preservada, e vários novos artigos foram acrescentados ao referido encargo, por bom conselho e consentimento dos Mestres e Companheiros.
Aqui termina o relato lendário desta Old Charge; na sequência toma corpo o conteúdo legal, ou seja, as regras, artigos e pontos.
V. PARTE LEGAL – REGRAS E PONTOS
a) Conteúdo Legal ou A Título de Exortação
Tunc Unus ex Senioribus veniat librum illi qui Injurandum reddat & ponat Manum in libro vel supra librum dum Articulus & Precepta sibi legentur.
[Então deixe um dos Anciãos trazer o livro para a pessoa que será insultada e colocar a mão no livro ou em cima do livro enquanto o Artigo e os Preceitos são lidos para ele.]
Dizendo assim a título de exortação,
Meus amorosos e respeitados amigos e irmãos, rogo-vos humildemente, como amais o bem-estar eterno da vossa alma, o vosso crédito e o bem do vosso país, que sejam muito cuidadosos na observação destes artigos que estou prestes a ler a este Depoente (o iniciante); pois vocês serão obrigados a realizá-los tão bem quanto ele, portanto, esperando seu cuidado aqui, eu, pela graça de Deus, iniciarei o encargo.
I. Devo admoestá-lo a honrar a Deus em sua santa Igreja; isso, você não usa nenhuma Heresia, Cisma e Erro em seus Entendimentos, ou desacredita os Ensinamentos dos Homens.
Todos os documentos antigos mencionam a Igreja e a crença, visto a influência do clero e o referencial legal exercido pela Bíblia.
II. Ser fiel ao nosso Soberano Senhor, o Rei, seus herdeiros e legítimos sucessores; não cometer traição, erro de traição ou crime; e se qualquer Homem cometer traição que você conheça, você deverá imediatamente notificar sua Majestade, seus Conselheiros Privados ou alguma outra Pessoa que tenha Comissão para indagar sobre isso.
Semelhante ao texto das Constituições de York/926 1º. Vosso primeiro dever é honrar a Deus e observar as leis dos noaquitas, porque são preceitos divinos, aos quais todos os homens devem obediência. Deveis evitar todas as heresias, e não ofender a Deus, escutando-as. 2º. Sereis fiéis ao vosso rei e nunca o deveis trair; e, qualquer que seja o lugar onde estiverdes, deveis submeter-vos lealmente à autoridade. Nunca pratiqueis o crime de traição e, se descobrirdes uma conspiração, denunciai-a ao rei.
III. Você deve ser fiel aos seus Companheiros e Irmãos da Ciência da Maçonaria, e fazer com eles o que seria feito.
Uma síntese dos itens anteriores pode ser encontrada no Poema Régio/1390 e no Ms. Cooke/1410: Quem quiser aprender o ofício e abraçá-lo Deverá amar a Deus e a Santa Igreja. Seu MESTRE também, E igualmente seus Companheiros, É o que deseja o ofício. No Manuscrito Grand Lodge N º 1/1583, os três primeiros pontos são: Deveis serem homens fiéis a Deus e à Santa Igreja, não caindo no erro da heresia... Sereis homens fiéis ao Rei da Inglaterra... Serão leais uns para com os outros.
IV. Você deve manter em segredo as partes obscuras e intrincadas da Ciência, não divulgando-as a ninguém, exceto aos que as estudam e usam.
No Poema Régio/1390: Com relação ao Aprendiz, saibam bem.De boa vontade ele deverá guardar segredo sobre os ensinamentosDe seu MESTRE e de seus Companheiros; complementa no terceiro ponto com: “o aprendiz deve manter em segredo tudo que aprende de seu Mestre e dos companheiros”. No Grande Lodge Nº1/1583: no quarto ponto “orienta para que todo ‘conselho’ recebido, seja na Loja ou nas Assembleias, devem ser mantidos ou guardados”. (No Manuscrito de Cooke/1410, não há referência ao tema do segredo).
V. Você deverá realizar seu Trabalho com verdade e fidelidade, buscando o Lucro e a Vantagem daquele que é o Dono do referido Trabalho[32].
No Cook/1410, encontramos “Cada mestre desta arte deve ser sábio e fiel ao Senhor que serve, entregando seus bens, verdadeiramente, como se fossem entregar os seus próprios, não pagando a nenhum pedreiro mais que o seu merecimento, após a escassez no país, de milho e outros grãos, não suportando favor, para que cada homem seja recompensado após o seu trabalho” Na Constituição de Anderson/1723: “O Mestre, sabendo-se capaz de Habilidade e Engenho, deverá empreender o Trabalho do Lorde tão razoavelmente quanto possível e distribuir verdadeiramente seus Materiais como se eles fossem os seus próprios; nem dar maiores Salários a nenhum Irmão ou Aprendiz do que ele realmente pode merecer”.
VI. Você deve chamar os maçons de seus companheiros e irmãos, sem adição de patifes ou outra linguagem imprópria.
No MS. Cooke/1410: “Deu-lhes o dever de chamarem-se de companheiros e não por qualquer outra forma, visto que pertenciam ao mesmo ofício e com nobre nascimento e filhos dos senhores”.
VII. Você não tomará voluntariamente a esposa do seu próximo, nem sua filha, nem sua empregada doméstica ou seu servo, para uso ímpio.
VIII. Você não deve se deitar carnalmente com nenhuma mulher que pertença à casa onde você está à mesa.[33]
No Poema Régio/1490: “Você não dormirá com a mulher de seu MESTRE Nem de seus Companheiros, não é digno de um homem. Isso prejudicaria o ofício. No Cooke/1410: “Não desejará a mulher e a filha do seu mestre ou dos seus companheiros e, sendo casado, não manterá concubinas pela discórdia que poderá surgir entre eles”.
IX. Você realmente pagará pela sua carne e bebida, onde estiver à mesa.
No Manuscrito Grand Lodge Nº1/1583: “Devereis pagar honestamente vossa comida e vossa bebida onde a tomardes.
X. Você não deverá empreender qualquer Trabalho de Homem, sabendo-se incapaz ou inexperiente para realizá-lo e efetuá-lo, para que nenhum descrédito ou difamação possa ser imputado à Ciência, ou o Senhor ou Proprietário do referido Trabalho seja de alguma forma prejudicado.
Na Constituição de Anderson/1723: “Ninguém deverá mostrar-se Invejoso da Prosperidade de um Irmão, nem suplantá-lo ou colocá-lo for de seu trabalho, se ele for capaz de terminar o mesmo; pois nenhum homem poderá terminar o trabalho de outro...”
XI. Você não deverá realizar nenhum Trabalho a preços excessivos ou irracionais, para enganar o Proprietário do mesmo, mas para que ele possa ser verdadeiro e fielmente servido com seus próprios Bens.
No Cooke/1410: “E também que o mais hábil deve ser o chefe e ser chamado de mestre”. No Manuscrito Grand Lodge Nº1/1583: “Escolheriam o mais sábio entre eles para ser o Mestre de obras, não pelo sentimento, nem pela linhagem ou riqueza, nem por algum favor, instalando outro, dotado de pouca destreza, para ser o Mestre da obra do Senhor, pois neste caso o Senhor seria mal servido e eles seriam desonrados”. Na Constituição de Anderson/1723: “O mais habilidoso dos Companheiros-artífices deverá ser escolhido ou apontado Mestre ou Supervisor do Trabalho do Lord, que deve ser chamado de MESTRE”.
XII. Você deverá aceitar seu Trabalho de tal maneira que, assim, possa viver honestamente e pagar aos seus bolsistas os salários exigidos pela Ciência (a Geometria).
XIII. Você não deverá suplantar nenhum de seus Companheiros em seu Trabalho, (isto é) se ele ou qualquer um deles tiver ou tiver assumido qualquer Trabalho sobre ele ou eles, ou se ele ou eles forem Mestre ou Mestres de qualquer Trabalho do Senhor ou Proprietário, que você não deve excluí-lo do referido Trabalho, embora você o perceba incapaz de terminar o mesmo.
No Manuscrito Grand Lodge Nº1/1583: “nenhum Mestre ou Companheiro suplantará o trabalho de outro; igualmente, sendo o Mestre da obra do Senhor, não a abandonará, salvo em caso de ser incapaz de conduzi-la até bom fim.”
XIV. Você não deverá contratar nenhum Aprendiz para servi-lo na referida Ciência da Maçonaria, no prazo de Sete Anos; nem qualquer um, exceto aqueles que são descendentes de ascendência boa e honesta, para que nenhum escândalo possa ser imputado à referida Ciência da Maçonaria
No Poema Régio/1490: “o MESTRE não aceitará nenhum AprendizQue ele não tenha certeza de empregar durante ao menos Sete anos[34]”. No Cooke/1410: “Que nenhum mestre tome aprendiz por prazo menor que sete anos” No Manuscrito Grand Lodge Nº1/1583: que “nenhum Mr ou Companheiro tomarão Aprendizes por tempo inferior a sete anos ... ou “admitido por tempo inferior a seis ou sete anos”.
XV. Você não deverá assumir a responsabilidade de tornar qualquer maçom sem a privacidade ou consentimento de seis, ou pelo menos cinco de seus companheiros, e não, mas aqueles que são nascidos livres, e cujos pais vivem em boa fama e nome, e que têm seu direito e membros perfeitos, e capazes de corpo para atender a referida Ciência.
No Manuscrito Grand Lodge Nº1/1583: “o Aprendiz deve ser hábil e capaz, nascido livre e fisicamente normal, como todo homem deve ser ... seja nascido livre, sendo de boa ascendência, não sendo servo.” Na Constituição de Anderson/1723 prescrevia que “nenhuma Loja podia fazer mais de cinco novos irmãos por vez, assim como nenhum Homem abaixo da idade de vinte e cinco (25) anos, que precisa ser Independente[35]”.
XVI. Você não deverá pagar a nenhum de seus bolsistas mais dinheiro do que ele ou eles merecem, para que você não seja enganado por trabalho leve ou falso, e o proprietário dele seja muito prejudicado.
Na Constituição de Anderson/1723: “não dar maiores Salários a nenhum Irmão ou Aprendiz do que ele realmente pode merecer ... o Mestre e os Maçons recebendo seus Salários com justiça, deverão ser fiéis ao Lord e honestamente completar seu Trabalho ou Tarefa”.
XVII. Você não deve caluniar nenhum de seus companheiros pelas costas, para prejudicar seu patrimônio temporal ou seu bom nome.
XVIII. Você não deverá, sem causa muito urgente, responder ao seu companheiro obstinadamente ou ímpio, mas como convém a um irmão amoroso na referida Ciência.
XIX. Vocês deverão reverenciar devidamente seus companheiros, para que o vínculo de caridade e amor mútuo possa continuar firme e estável entre vocês.
No Poema Régio/1390: “Sim, eles deviam instruir uns aos outros E amarem-se como se amam Irmãos e irmãs; No Manuscrito Grand Lodge Nº1/1583: “não responderá de forma ímpia ou por reprovação a outro ... todo maçom/pedreiro, reverenciará os mais antigos, demonstrando-lhe respeito”.
XX. Você não deverá (exceto na época do Natal) usar quaisquer jogos ilegais, como dados, cartas ou similares.
No Manuscrito Grand Lodge Nº1/1583: “E também nenhum Maçom/pedreiro aderirá aos jogos de azar, seja os dados ou outros jogos ilegais, pelos quais o Ofício (Craft) possa ser caluniado”
XXI. Você não deverá frequentar nenhuma Casa de Bawdery (obscenidade), nem ser um alcoviteiro de qualquer um de seus bolsistas ou outros, o que será um grande escândalo para a Ciência (Geometria ou Maçonaria).
XXII. Você não deve sair para beber à noite, ou se acontecer uma ocasião em que você deva ir, você não deve ficar depois das Oito da Hora, tendo alguns de seus companheiros, ou pelo menos um, para lhe dar testemunho do lugar honesto que você estavam, e seu bom comportamento, para evitar escândalo.
No Manuscrito Grand Lodge Nº1/1583: “que nenhum Maçom/Pedreiro pratique a luxúria ou a impudicícia, pelas quais o Ofício (Craft) possa vir a ser caluniado ... que nenhum Companheiro entre na cidade à noite para ir a uma Loja de Companheiro senão acompanhado por outro companheiro, que testemunhará que ele [o recém-chegado] sempre frequentou lugares honestos”.
XXIII. Você deverá comparecer à Assembleia Anual, se souber onde ela é mantida, estando a dez milhas do local de sua residência, submetendo-se à censura de seus companheiros, onde você tem. . . . . . . . .4 para fazer satisfação, ou então para defender pela Ordem das Leis do Rei.
No Poema Régio/1390: “que o Mestre deve participar da assembleia, a menos que a doença o impeça”. No Cooke/1410: “Ele deve acatar as decisões dos companheiros em loja, na assembleia e em qualquer outro lugar onde houver pedreiros”. No Manuscrito Grand Lodge Nº1/1538: “ordenou que se reunissem em assembleia uma vez por ano, para melhorar seu trabalho e melhor servir tanto aos interesses do Senhor como a sua própria honorabilidade e, para corrigir a si mesmos ou a quem houvesse ofendido o ofício”. A Constituição de Anderson/1723, comenta a Grande Loja (Grande Assembleia) que tinha encontros trimestrais e um Grande Loja anual.
XXIV. Você não deverá fazer nenhum molde, quadrado ou régua para moldar pedras, exceto aqueles permitidos pela Fraternidade.
XXV. Você pode colocar estranhos no trabalho, tendo emprego para eles, pelo menos uma quinzena, e pagar-lhes seus salários verdadeiramente, e se você quiser trabalho para eles, então você deverá aliviá-los com dinheiro para custear suas despesas razoáveis para a próxima Loja.
XXVI. Você deve realmente participar do seu Trabalho e realmente encerrá-lo, seja Tarefa ou Jornada de Trabalho, se puder ter o Pagamento e Salários de acordo com o seu Acordo feito com o Mestre ou Proprietário do mesmo.
O Poema Régio/1390: dez “ser obrigação do Mestre (de obras) substituir o artesão que não for capaz de concluir sua tarefa”. O Cooke/1410: “aquele que começou deve concluir da sua maneira, ou por quem ele revelar seu modo”.
Todos estes Artigos e Encargos, que agora li para você, você deve observar, executar e manter bem e verdadeiramente com o melhor de seu Poder e Conhecimento. Assim, Deus o ajude e o verdadeiro e santo Conteúdo deste Livro.
O JURAMENTO OFICIALIZANDO O ATO:
E além disso, eu A. B. faço aqui, na Presença de Deus Todo-Poderoso e de meus Companheiros e Irmãos aqui presentes, prometo e declaro[36], que em nenhum momento daqui em diante, por qualquer Ato ou Circunstância de qualquer espécie, direta ou indiretamente, publicarei, descobrirei, revelarei ou tornarei conhecido qualquer um destes Segredos, Privilégios ou Conselhos da Fraternidade ou Irmandade dos Maçons Livres, que neste momento, ou em qualquer momento no futuro, serão divulgados a mim. Então me ajude Deus e o verdadeiro e santo conteúdo deste livro.
b) Estes 10 itens aparecem como um anexo ou reforço aos pontos dirigidos, principalmente, aos Aprendizes; em sua maioria estão presentes entre os 26 artigos ou pontos comentados acima.
Este Encargo pertence aos APRENDIZES.
I. Você deve verdadeiramente honrar a Deus e sua santa Igreja, o Rei, seu Mestre e Dama; você não deverá se ausentar, mas com a licença de um ou de ambos, de seu serviço, de dia ou de noite.
II. Você não deverá Roubar, nem ser Privado ou cúmplice do Roubo ou Roubo do Valor de Seis centavos deles ou de qualquer um deles.
III. Você não cometerá Adultério ou Fornicação na Casa de seu Mestre, com sua Esposa, Filha ou Empregada.
IV. Você não deverá divulgar os segredos ou conselhos de seu Mestre ou Dama, que eles relatarem a você, ou o que deve ser ocultado, falado ou feito dentro da privacidade de sua casa, por eles, ou por qualquer um deles, ou por qualquer Maçom Livre.
V. Você não deve manter qualquer argumento desobediente com seu Mestre, Dama ou qualquer Maçom.
VI. Você deve se comportar com reverência para com todos os maçons, não usando cartas, dados ou quaisquer outros jogos ilegais, exceto na época do Natal.
VII. Você não deve frequentar ou frequentar quaisquer tavernas ou cervejarias, ou mesmo entrar em qualquer uma delas, exceto se for por causa de seu Mestre ou de sua Dama, de seus ou de qualquer um de seus assuntos, ou com o consentimento deles ou de um de seus.
VIII. Você não cometerá adultério ou fornicação na casa de qualquer homem, onde estiver à mesa ou no trabalho.
IX. Você não deve se casar ou contratar qualquer mulher durante seu aprendizado.[37]
X. Você não deve roubar os bens de qualquer homem, mas especialmente os do seu Mestre, ou de qualquer um de seus companheiros maçons, nem permitir que alguém roube seus bens, mas deve impedir o criminoso, se puder; e se não puder, então você deverá familiarizar o referido Mestre e seus Companheiros imediatamente.
c) – Aqui outro anexo; observar a datação, 1663[38]
Ordens e Constituições adicionais feitas e acordadas em Assembleia Geral realizada em -------------, no oitavo dia de dezembro de 1663.
QUE nenhuma pessoa, de qualquer grau, seja aceita como Maçom, a menos que tenha uma Loja de pelo menos cinco Maçons, dos quais um será Mestre ou Vigilante daquele Limite ou Divisão onde tal Loja deverá ser mantida, e outro para ser um Trabalhador do Comércio da Maçonaria.
Na Constituição de Anderson/1723: “Nenhum homem poderá ser formado ou admitido como Membro de uma Loja Específica, sem aviso prévio dado um mês antes, a dita Loja, a fim de efetuar o devido Inquérito sobre a Reputação e Capacidade do Candidato ... Nenhum Homem poderá ter ingresso como Irmão em nenhuma Loja Específica, ou admitido para ser um membro dela, sem o Consentimento unânime de todos os Membros daquela Loja”.
II. Que nenhuma pessoa doravante será aceita como Maçom, exceto aqueles que são de corpo capaz, ascendência honesta, boa reputação e observadores das leis do país.
Na Constituição de Anderson/1723; “... que seja um perfeito jovem, não tendo nem Mutilações nem Defeitos em seu Corpo, que possam torna-lo incapaz de aprender a Arte.”
III. Que nenhuma pessoa daqui em diante, que for aceita como Maçom, deverá ser admitida em qualquer Loja ou Assembleia, até que tenha trazido um Certificado da Hora e Local de sua Aceitação, da Loja que o aceitou, ao Mestre daquele Limite e Divisão, onde tal Loja foi mantida, onde o referido Mestre deverá inscrever a mesma em Pergaminho em um Rolo a ser mantido para esse propósito, e prestar contas de todas essas Aceitações, em cada Assembleia Geral.
IV. Que toda Pessoa, que agora é Maçom, traga ao Mestre uma Nota do Tempo de sua Aceitação, para o fim o mesmo poderá ser inscrito na Prioridade de Lugar que a Pessoa merece, e para o fim o toda a Companhia e os bolsistas possam se conhecer melhor.
V. Que, para o futuro, a referida Sociedade, Companhia e Fraternidade de Maçons Livres, será regulamentada e governada por um Mestre, e tantos Vigilantes quanto a referida Companhia julgar conveniente escolher em cada Assembleia Geral Anual.
VI. Que nenhuma pessoa será aceita como Maçom, a menos que tenha um e vinte anos de idade ou mais.
Na Constituição de Anderson/1723: “como nenhum Homem abaixo da idade de vinte e cinco (25) anos, que precisa ser Independente”.
VII. Que nenhuma pessoa daqui em diante seja aceita como Maçom Livre, ou conheça os Segredos da referida Sociedade, até que primeiro tenha feito o Juramento de Sigilo aqui a seguir, viz.
Novamente o JURAMENTO[39]:
Eu A. B. faço aqui, na Presença de Deus Todo-Poderoso, e de meus Companheiros e Irmãos aqui presentes, prometo e declaro, que em nenhum momento daqui em diante, por qualquer ato ou circunstância alguma, direta ou indiretamente, publicarei, descobrirei, revelarei ou tornarei conhecido qualquer destes Segredos, Privilégios ou Conselhos da Fraternidade ou Irmandade dos Maçons Livres, que neste momento, ou em qualquer momento futuro, serão divulgados a mim. Então me ajude Deus e o verdadeiro e santo conteúdo deste livro.
F I N I S.
VI. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As modestas Constituições de Roberts apareceram em momento inoportuno, praticamente, concomitantes com as Constituições de Anderson – não apenas de Anderson, mas de Desaguliers, Payne e os nobres que encontraram espaço no ambiente maçônico.
Também considerar que o momento vivido pela Maçonaria não era de ascensão, muito pelo contrário, a Primeira Grande Loja – Londres e Westminster – foi composta por apenas quatro Lojas[40].
A não tão mencionada obra – Constituições de Roberts - repete elementos caracterizadores como as ciências liberais – que seriam ensinadas aos filhos da elite -, pelo menos nas lendas introdutórias; visto que os pedreiros reais tinham outra origem e mantinham rotina desgastante e perigosa mais atrelada aos conhecimentos transmitidas pelas ciências mecânicas[41],[42]. Também faz uso dos elementos lendários presentes nas Old Charges mais antigas: o Poema Régio/1390, o Manuscrito do Cooke/1410 e no Manuscrito Grand Lodge Nº1/1583, onde encontramos o relato da Geometria de Lamec na Judéia até chegar na Inglaterra, via Jubal, Euclides, Araão, Hermes, reis franceses, santos ingleses e Athelstan – em um curto circuito histórico-cronológico, como as lendas sabem muito bem tecer.
Além do histórico lendário, nos deparamos com as orientações fundantes de Euclides (em número de oito), os 26 itens, artigos ou pontos a serem observados pelos iniciantes, bem como os 10 encargos para o aprendiz.
Apesar de modesta e mal colocada temporalmente – 1722 – se constituí – com sua bagagem - em outra fonte para o estudo e entendimento da mensagem das Old Charges[43].
Nos fica mais um referendamento – foi mencionada por Paul Naudon[44] e Philippe Michel[45] - das fontes primárias que atuam na sustentação histórica de uma Maçonaria Operativa – que construiu a Europa -, de uma Maçonaria Especulativa – que abrigou pensadores diferentes e permitiu o desenvolvimento do conhecimento em diferentes e amplas áreas do saber – e que hoje vislumbra um novo desafio – a Maçonaria Executiva ou Corporativa – mais do que nunca, precisamos levar nossos fundamentos para o mundo profano; afinal de contas Maçonaria é assunto sério.
Luiz V. Cichoski M∴M∴
A∴R∴B∴L∴S∴ Templários da Liberdade, 69
Pinhalzinho
G∴O∴S∴C∴
Notas de rodapé
[1] L.V.Cichoski, Fundamentos Maçônicos, Old Charges, Ed. A Trolha, 2020.
[2] https://freemasonry.bcy.ca/ritual/list.pdf acessado out/2016.
[3]extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://freemasonry.bcy.ca/history/old_charges/robertsconstitutions1722.pdf
[5] P.Naudon, La Franc-Maçonnerie Chrétienne, Dervy-Livres, 1970.
[6] P.Michel, Génèse du Rit Écossais Ancient et Accepté, Dervy, França, 2017.
[7] Esta referência levaria o texto original consultado para 1222, portanto anterior ao Poema Régio/1390; próximo das obras de Catedral de Saint Denis, 1137.
[8] Primeiro Templo, por volta de 1000 anos antes de Cristo.
[9] Obra de Donato Bramante, construída entre 1506 e 1626, 120 anos, obra do Renascimento.
[10] Ver Manuscrito Grand Lodge nº 1, 1583 “O PODEROSO PAI DO CÉU e a sabedoria do glorioso Filho através da graça & da bondade do glorioso espírito santo, três pessoas & um Deus, conosco desde o começo, dando-nos sua graça para governar nossas vidas para podermos alcançar sua benção que não tem fim. AMEM”; L.V.Cichoski, Fundamentos Maçônicos, Old Charges, A Trolha, 2020.
[11] Anderson menciona a Geometria como Method of Propositions, ou “Laws of Proportions taken from Machanisn” – Métodos de Proposições, pela observação das Leis das Proporções, extraídas da Mecânica.
[12] A RESPOSTA PARA COMO A MAÇONARIA FOI INVENTADA COLOCADA NO PREFÁCIO
[13] Gn 4:20 20 Ada teve um filho por nome Jabal que foi pai de todos os criadores de gado e de todos os nómadas que vivem em tendas.
[14] Gn 4: 21 - 21 O seu irmão chamava-se Jubal, o primeiro músico; o inventor da harpa e da flauta.
[15] Ge 4.22 = Tubal-Caim, o primeiro a trabalhar com metal fundido, fazendo obras em bronze e em ferro
[16] Ge 4;22 Este tinha ainda uma irmã: Naamá.
[17] Este tema está em Flávio Josefo – não há referência destas colunas na Bíblia
[18] A citação do original é “Dans le Ms Dumfries, on trouve « leath… », où on a vu « lathier », et que beaucoup interprètent en « latress », briques(francês) Em Ms Dumfries, encontramos “leath…”, onde vimos “lathier”, e que muitos interpretam como “latress”, tijolos.
[19] F.Josefo, História dos Hebreus, CPAD, 2015,
[20] Roberts reconhece que Hermarmes é uma deturpação do nome de HERMES, que encontrou um dos Pilares com o conhecimento da Geometria.
[21] Hermes ou Hermarmes e Lunie não fazem parte da descendência hebraica(Adão até Moisés), este é outro exemplo de acréscimo lendário ao relato da Geometria e/ou Maçonaria.
[22] Hermarmes/Hermarines (deturpação de Hermes) aparece no Manuscrito Grand Lodge Nº 1/1583.
[23] Nemorth é reconhecida como corruptela do nome de Nimrod ou Nemrod.
[24] 1 Re 9, 15: O rei Salomão impôs trabalhos forçados para que se construísse o templo do Senhor, seu próprio palácio, o Milo, o muro de Jerusalém, bem como Hazor, Megido e Gezer.
[25] I Re 5, 3: Tu bem sabes que foi por causa das guerras travadas de todos os lados contra meu pai Davi que ele não pôde construir um templo em honra ao nome do Senhor, o seu Deus
[26] I Cr 22, 7-8: ⁷ E disse Davi a Salomão: Filho meu, quanto a mim, tive em meu coração o propósito de edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus. ⁸ Porém, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Tu derramaste sangue em abundância, e fizeste grandes guerras; não edificarás casa ao meu nome; porquanto muito sangue tens derramado na terra, perante mim.
[27] I Re 5,13-18: 13 O rei Salomão arregimentou trinta mil trabalhadores de todo o Israel. 14 Ele os mandou para o Líbano em grupos de dez mil por mês, e eles se revezavam: passavam um mês no Líbano e dois em casa. Adonirão chefiava o trabalho. 15 Salomão tinha setenta mil carregadores e oitenta mil cortadores de pedra nas colinas, 16 e três mil e trezentos[c] capatazes que supervisionavam o trabalho e comandavam os operários. 17 Por ordem do rei retiravam da pedreira grandes blocos de pedra de ótima qualidade para servirem de alicerce de pedras lavradas para o templo. 18 Os construtores de Salomão e de Hirão e os homens de Gebal[d] cortavam e preparavam a madeira e as pedras para a construção do templo.
[28] A construção do Templo de Jerusalém/Salomão data de 1000 a.C., enquanto Carlos Martel viveu de 690 a 741 d.C.; portanto há um intervalo de 1700 anos entre o término da construção do Templo de Jerusalém e o nascimento de Carlos Martel.
[29] Este ‘Santo Mensageiro’ é citado no texto dos Manuscritos de Cooke/1410 e no Grand Lodge Nº1/1583.
[30] Dados do Manuscrito Grand Lodge Nº1/1583.
[31] Este personagem é citado nos três manuscritos estudados: Poema Régio/1490; Ms. Cooke/1910 e no Ms Grand Lodge Nº 1/1583; também aparece no relato mítico-histórico das Constituições de Anderson.
[32] Uma visão operativa, ou seja, os trabalhos devem trazer vantagem ao contratante – o Dono do referido Trabalho. Observar que várias outras normas guardam a visão operativa: capacidade, organização, comando/meritocracia.
[33] São dois artigos – VII e VIII – sobre o mesmo tema.
[34] A referência especulativa-simbólica dos sete anos para o primeiro grau tem origem no Poema Régio/1390, onde os sete anos eram cronológicos.
[35] O termo ‘independente’ é, por nós, entendido como sinônimo de ‘livre’.
[36] Não aparece a palavra ‘JURO”, apenas ‘prometo e declaro’.
[37] Esta regra aparece apenas neste documento.
[38] No Early Masonic Documents não consta nenhum documento datado de 1663; nele constam: a) 1650 G. W. Bain; b)1650-60 Harleian; c) Aitcheson-Haven e c) 1665-70 Edinburgh-Kilwinning.
[39] Observar que o conteúdo do texto dos juramentos é idêntico.
[40] R.G.Gould, As Quatro Lojas Antigas, Arcanum, 2018
[41] J.Anderson, As Constituições de Anderson, tradução de V.S. Von Tempski-Silka, Ed.Juruá, 2001.
[42] L.V.Cichoski, As Artes Liberais e Mecânicas na Maçonaria, O Prumo, 234, jul/set 2017.
[43] L.V.Cichoski, Fundamentos Maçônicos, Old Charges, Ed. A Trolha, 2020.
[44] P.Naudon, La Franc-Maçonnerie Chrétienne, Dervy-Livres, 1970.
[45] P.Michel, Génèse du Rit Écossais Ancient et Accepté, Dervy, França, 2017.
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