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POR QUE DO MEIO-DIA À MEIA-NOITE?

Atualizado: 12 de nov. de 2024

Vanderlei Coelho


A Maçonaria é uma fraternidade iniciática, escola filosófica de moral e aperfeiçoamento humano, que consagra seus ensinamentos por meio de símbolos e alegorias.


Templo da Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia – GLOMARON

No Rito Escocês Antigo e Aceito, o Templo maçônico, além de ser um local sagrado - depois de construído passa por uma cerimônia de sagração, ou seja, torna-se sagrado -, pode ser considerado uma sala de aula, onde são ministrados os ensinamentos maçônicos.


Templo da Grande Loja Unida da Inglaterra (Freemason's Hall)

Em 26 de maio de 1776 foi inaugurado o primeiro Templo maçônico, na Inglaterra. Antes as Lojas maçônicas se reuniam nos adros das igrejas, ou em tabernas e cafés, importantes locais de socialização e reunião entre intelectuais, artífices e obreiros do mesmo ofício que compartilhavam interesses comuns.


No Templo maçônico os maçons trabalham para o seu aperfeiçoamento moral, intelectual e espiritual. Como a Maçonaria utiliza uma metodologia de ensino que lhe é peculiar, no Templo maçônico não poderia faltar símbolos, que juntamente com as alegorias servem para ajudar na fixação das lições maçônicas.


O sol e a lua quarto-crescente

O Sol e a Lua num Templo Maçônico

O Sol e a Lua quarto-crescente, quando juntos representam um único símbolo, sendo considerado um dos mais antigos e importantes da Maçonaria, ficam geralmente na parede do Oriente do Templo e tendo entre eles o trono do Venerável Mestre. Esse símbolo ilustra a expressão, “do meio-dia à meia-noite.


O Sol e a Lua

O Sol é o emblema do meio-dia enquanto que a Lua o da meia-noite, o Venerável Mestre, estando entre eles, demonstra que comanda os trabalhos durante esse período. A expressão, “do meio-dia à meia-noite”, na verdade é uma alegoria, uma vez que uma sessão maçônica não se inicia ao meio-dia e nem se encerra necessariamente, à meia-noite.


Representação de Zoroastro (gerada por IA)

Esse simbolismo é creditado a Zoroastro, que foi um importante profeta persa, considerado como um dos principais mestres dos Antigos Mistérios, chamado por muitos de “pai do dualismo”.


Símbolo das religiões judaica, cristã e islâmica

Zaratustra (ou Zoroastro), nasceu na antiga Pérsia, nas terras onde hoje fica o Irã. Acredita-se que ele foi o primeiro a defender o conceito da existência de um único Deus, tendo influenciado o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.


Por que a Lua quarto-crescente?

Lua quarto-crescente

Porque a astronomia ensina que a Lua quarto-crescente “nasce” ao meio-dia e se “põe” exatamente à meia-noite. Assim, quando o Sol está em seu zênite, ao meio-dia em ponto, é quando a Lua quarto-crescente “nasce”, a qual se “põe” à meia-noite em ponto. A lua quarto-crescente, tão importante para os Persas seguidores de Zoroastro, atravessou os milênios, tornando-se emblema da cultura árabe.

Símbolo da religião islâmica

Livre arbítrio

Para Zoroastro, Deus criara a humanidade com a liberdade de escolher durante a vida, entre o bem e o mal e com a obrigação de enfrentar as consequências dessa escolha.


A dualidade

A tradição diz que os trabalhos nos templos de Zoroastro ocorriam do meio-dia à meia-noite, e que sua filosofia tinha por base a cosmologia, ciência que trata das leis gerais que regem o universo.


O antagonismo do dia e da noite é uma representação simbólica da luta entre as forças opostas que não se limita ao conflito clássico do bem versus o mal, mas também a batalha de opostos que rompe a ordem das criações de Deus, ou seja, a luta incessante entre a mentira e a verdade, o caos e a ordem, destruição e criação, amor e ódio, guerra e paz, e assim por diante.


Devemos combater as trevas espalhando a luz, lutar contra o mal espalhando o bem, combater o ódio com amor, refletindo a essência do GADU, esse é o nosso trabalho do meio-dia à meia-noite.


Assista ao vídeo:



Fontes pesquisadas:

BROWNE, Sylvia. Fim dos Tempos / Sylvia Browne com Lindsay Harrison; tradução Ebréia de Castro Alves. – 2.ed. – São Paulo: Prumo, 2009.

COELHO, Vanderlei. Zoroastrismo: O cerne das religiões. Porto Velho, 2012.

HODAPP, Christopher. Maçonaria para leigos. Tradução de Kennyo Ismail. 2ª edição. Rio de Janeiro: Alta Books, 2016.

ISMAIL, Kennyo. Sol & Lua na Maçonaria. Disponível em: https://www.noesquadro.com.br/simbologia/sol-lua-na-maconaria/


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